Pós-modernidade e Magia do Caos

A pós-modernidade virou motivos para xingamentos na Internet. Isto começou por um grupo de racionalistas que, como o próprio nome indica, tomam a razão como medida instrumental para enxergar o mundo. Tanto para os racionalistas quanto para os tradicionalistas, todo o conhecimento pode ser categorizado e sistematizado.

Vindo de encontro com esta visão limitada, a pós-modernidade nasce, para muitos pensadores, após a queda do muro de Berlim, como uma resposta a toda forma de verdade absoluta. Naturalmente, também foi absorvida pelo status quo em larga medida. Mas aqui vamos nos focar nos frutos da pós-modernidade que são resistência. Seja como for, a pós-modernidade surgiu quando o racionalismo e a tradição falharam.

Segundo o filósofo francês François Lyotard, pós-moderno seria “o estado da cultura, depois de transformações súbitas nas regras dos jogos da ciência, da literatura e das artes, a partir do século XIX. […] Simplificando ao máximo, ‘pós-moderno’ é a incredulidade em relação às metanarrativas.”

Enquanto a modernidade tinha um projeto de hierarquia e de progresso, a pós-modernidade aponta as falhas óbvias deste discurso, e é neste contexto que a Magia do Caos nasceu, bem como a popularização do movimento feminista, anarquista, pró-LBTBs e de outras minorias.

Pós-modernismo e movimentos sociais

A Magia do Caos não é ligada diretamente a nenhum movimento social. Mas é errôneo não entender o contexto social em que nasceu: num grande período de revolução sexual, do movimento hippie pró-substâncias alucinógenas e da proliferação dos múltiplos discursos a respeito do indivíduo.

Enquanto a palavra “caos” geralmente evoca visões de tumulto e desordem,
Peter Carroll usa o termo em um sentido específico: ele entende que o Caos é a força
que anima todos os eventos do cosmos. Ele observa que outras tradições se referem a isso
“Coisa” como Deus ou Tao, mas ele prefere chamá-lo de “Caos” porque esse termo é “virtualmente
sem sentido e livres das ideias infantis e antropomórficas sobre religião”.

Siobhán Houston

As diferentes narrativas e pontos de vista deveriam encontrar um ponto em comum, e é nesta mandala que a Magia pós-moderna reside: uma base de milhares de paradigmas que permeiam a ilusão da realidade. Se a crença é ferramenta, então que seja uma ferramenta não excludente.

É na anarquia que a Magia do Caos encontra sua maior força de expressão.

Um dos grupos mais inovadores do Caos é a TAZ (Zona Autônoma Temporária) em Nova Orleans. A ideia da TAZ originou-se do trabalho de Hakim Bey, um brilhante poeta-anarquista cujas composições apareceram em numerosos jornais e revistas, incluindo o City Lights Review e o GNOSIS. […]
A TAZ de Nova Orleans é composta por cerca de quinze magos ativos do Caos. […] Suas reuniões bimestrais incluem discussões sobre Magia do Caos, bem como trabalhos mágicos reais. O grupo realiza rituais privados, públicos e on-line, e espera publicar uma revista digital dedicada a criar “nichos mágicos dentro de estruturas informacionais” em um futuro próximo.

Siobhán Houston

Pós-modernidade e estética

Embora a Magia do Caos seja difícil de ser definida, é um consenso que é encontra na Arte o seu repouso.  Não há realmente uma definição muito evidente sobre a estética ou a arte pós-moderna. É comum que alguns incultos pré-julguem sem conhecer, achando que arte é só o que manda a tradição.

Como a ignorância se vence com fatos, separei apenas alguns exemplos de arte pós-moderna para que você possa compreender melhor meu argumento. Voce sabia que a ópera de Sydney, na Austrália, é uma obra pós-moderna? Trata-se de um projeto do dinamarquês Jørn Utzon.

As ruas também são agraciadas pelas obras de Banksy, sempre tão confrontosas:

Agora, tratando-se da Magia do Caos, existem diversos exemplos. Eu convido você para conhecer o CMG Artisan Oasis Sanctuary e o CMG Writer’s Guild. Talvez estes grupos possam te dar uma dimensão maior sobre o que realmente é a Magia do Caos e a pós-modernidade.