como funciona um banimento

Como Funciona um Banimento Mágico?

Banimentos são uma parte fundamental das operações mágicas, seja qual for a vertente ou linha de trabalho. É considerado boa prática fazer um ritual de banimento antes e um depois de qualquer outra operação mágica. De acordo com Peter J. Carroll, em seu Liber Null e Psiconauta:

Um ritual de banimento bem construído resulta nos efeitos a seguir. Prepara o magista mais rapidamente para a concentração mágica do que qualquer dos exercícios de transe usado isoladamente. Habilita o magista a resistir a obsessão caso problemas ocorram com experiências oníricas ou com sigilos adquirindo consciência. Também protege o magista contra quaisquer influências hostis que possam atacá-lo.

 

Peter J. Carroll, Liber Null e Psiconauta – Liber MMM

Rituais de banimento existem desde sempre. Grimórios de muitos séculos atrás, como o Grimório do Papa Honório e A Clavícula de Salomão, já recomendavam o seu uso.

Mas talvez a melhor explicação sobre o que faz um banimento venha de um grande filósofo contemporâneo:

Banimentos são um espécie de Camisinha metafísica

 

Marcos Keller

Ao fazer um banimento antes de uma operação mágica, deixa-se o mundano do lado de fora, e estabelece-se um espaço mágico. De forma similar, ao fazer um banimento após a operação, o mágico fica para trás, e volta-se aos domínios do mundano. Isso evita obsessões desnecessárias, e facilita o esquecimento necessário ao sucesso da magia.

Banimentos Cotidianos

Olhando de um ponto de vista mais mundano, fazemos pequenos ritos de banimento até mesmo em atividades do dia a dia.

Por exemplo, aquele cigarro depois do almoço, antes de voltar para o trabalho. Aquele banho que se toma, mesmo estando limpo, para se preparar para um dia longo. Aquele sinal da cruz antes de fazer algo importante. Aquele tique nervoso físico antes de repetir uma ação mais do que costumeira.

Pare para pensar. Você com certeza faz algum banimento involuntário e cotidiano na sua vida. E faz todo sentido que também faça banimentos se quiser realizar qualquer obra de magia.

Banimento da Esfera

Escolhendo um Banimento

É importante que o magista sério consiga fazer um banimento em condições adversas. Queimar massa cinzenta tentando lembrar as palavras, símbolos ou ordem dos passos num momento difícil pode ser desastroso. E por isso, mais do que conhecer vários banimentos, é importante que o magista escolha um banimento e aprenda a fazê-lo com perfeição. Depois disso, pode ficar a vontade para aprender quantos quiser. Mas é imprescindível ter um banimento infalível na manga. Não deve ser muito legal gaguejar na frente daquele demônio das profundezas do inferno, não é mesmo?

Você pode escolher o banimento que quiser – a maioria deles são simples, e funciona bem o suficiente, se feito com seriedade. Existem vários banimentos prontos por aí, mas o Liber MMM, o programa básico de treinamento mágico descrito por Peter J. Carroll, recomenda a criação de um banimento próprio. Durante este processo, é importante incluir alguns elementos básicos.

Elementos Obrigatórios de um Banimento

A maioria dos banimentos inclui (mas não se restringe a) os seguintes elementos:

  • Uma barreira ao redor do magista;
  • Visualização;
  • Símbolos e palavras de poder.

Barreira

A barreira normalmente assume a forma de um círculo, mas pode ter qualquer outro formato. O importante é que o magista esteja dentro dessa barreira, e que nada nocivo que venha de fora seja capaz de atravessá-la. Essa barreira pode ser formada ou desenhada com uma arma mágica, percorrida com uma caminhada em círculos, etc.

Visualização

Várias descrições de ritos de banimento não incluem visualizações. Isso é só um exemplo de que seguir receita de bolo da Internet não é uma boa ideia, e de que só a prática faz a perfeição. Ao repetir várias vezes um banimento sem visualização, é comum que imagens mentais relacionadas comecem a se formar. É ideal que as visualizações ocorram pela vontade do magista – afinal de contas, isso agrega poder ao rito. Mas elas provavelmente aparecerão de uma forma ou de outra, se tiverem a oportunidade.

Símbolos e Palavras de Poder

Os símbolos de poder estão presentes em virtualmente todos os banimentos. Podem ser pentagramas, hexagramas, cruzes, ou o que quer que tenha significado para o operador. O importante é convencer o subconsciente de que há uma esfera de poder ao seu alcance, e que ele pode se sentir confortável e protegido por aquelas imagens. A mesma coisa ocorre com as palavras, que podem ser mantras, palavras em outras línguas (latim, hebraico, grego), ou mesmo invenções do próprio magista. Fica aqui a recomendação de que não se use palavras familiares demais, em idiomas conhecidos, pois o subconsciente é mais impressionável por palavras estranhas.

 

É claro que outros elementos podem ser adicionados, e que essas orientações não são restritivas. Mas é importante saber o que está fazendo para não fazer bobagem.

Se quiser saber mais sobre banimentos, ficam aqui três dicas de leitura. O Liber O vel Manus et Sagitæ inclui as instruções para os rituais menores e maiores do pentagrama e do hexagrama. O Liber Kaos, de Peter J. Carroll, traz instruções detalhadas para a execução do Ritual Gnóstico do Pentagrama – um banimento simples e eficiente que descarta todo o simbolismo hebraico-cristão desnecessário. Já Liber Null e Psiconauta, também de Peter J. Carroll, traz instruções básicas para a criação de seu próprio ritual de banimento – algo que funcione excepcionalmente para você.

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Arte: William Murai

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