Vínculo Mágico: Sangue e Bonecos

Vínculo Mágico: Sangue e Bonecos

Suponha que você quer fazer uma operação mágica para cura. Não adianta nada fazer um trabalho de cura sem especificar quem deve ser curado. E para especificar, é preciso um vínculo – um nome, uma fotografia, uma memória, etc. Vamos dar uma olhada na verdadeira importância desse vínculo mágico e em como potencializar seu uso.

A Importância do Vínculo Mágico

Peter J. Carroll, em seu Liber Kaos (ainda inédito no Brasil), demonstra de forma bastante pragmática que a intensidade do vínculo mágico é diretamente proporcional à probabilidade de um encantamento afetar o curso natural dos eventos. Por esse motivo, é muito mais fácil afetar magicamente algo ou alguém que se conhece bem do que um completo desconhecido, ou um conceito excessivamente abstrato. Esse é um dos motivos pelos quais pragas e maldições dificilmente recaem sobre figuras públicas. Normalmente o magista não conhece seu alvo, nem tem nenhum objeto físico ligado a ele para trabalhar. E sem vínculo mágico, o fracasso é quase garantido.

Ideias ou Objetos?

Ideias, pensamentos, memórias, conceitos, sons, cheiros – tudo isso pode servir perfeitamente como vínculo mágico. Os sigilos, muito usados na Magia do Caos, podem agir como “vínculos improvisados”. Mas há uma classe de vínculos, com existência física, que funcionam excepcionalmente bem.

Quanto mais se sabe a respeito do alvo, maior a possibilidade de se forjar o vínculo de Cupido, e assim lançar uma benção ou maldição sobre a pessoa. (…)

Volts, ou seja, cabelos, unhas, pele e fluidos corporais representam uma parte da maior unidade e, portanto, dão acesso à totalidade.

 

Nicholaj de Mattos Frisvold, A Arte dos Indomados – Capítulo IV

Vínculos Naturais

Há também o conceito de que existem relações naturais e intrínsecas entre coisas. Na verdade, isso é tão arraigado na tradição esotérica ocidental que nem pensamos muito a respeito. Mas veja por esse lado: o que é o Liber 777 senão um compêndio de relações naturais? E o que dizer da famosa máxima da Tábua de Esmeralda de Hermes Trismegisto?

Se existem relações naturais, elas podem ser usadas como vínculo mágico. É daí que surgem as representações caricatas e pitorescas das poções mágicas. Ingredientes bizarros – asa de morcego, rabo de lagartixa – podem parecer não fazer sentido algum. Mas se há um vínculo mágico e natural entre um ingrediente e o objeto do encantamento, qual é o problema em usar coisas pouco convencionais?

B com A faz BA

Até aqui, algumas coisas ficaram claras:

  1. Estabelecer um vínculo mágico é fundamental para o sucesso da magia;
  2. O vínculo pode ser um conceito ou ideia, ou ter existência física;
  3. Quanto mais forte o vínculo, mais forte o resultado;
  4. Quanto mais se sabe sobre o alvo, ou quanto mais partes se tem dessa pessoa, melhor;
  5. Existem relações naturais – vínculos inerentes à existência das coisas.

Que tipo de magia, portanto pode pegar todos esses elementos e fazê-los funcionar em níveis extremos?

Bonecos. Na prática, esses artefatos não são exatamente como os famosos “bonecos vodu” dos filmes. A origem dessa técnica nem vem do vodu, na verdade, mas isso é outra história. O fato é que seus ingredientes principais – cabelos, unhas, cuspe, ou qualquer outra parte ou fluido da vítima – têm uma razão de ser. Eles agem como vínculos mágicos poderosos. Se for feito direito, o negócio funciona.

E se forem agregados à mistura elementos naturalmente vinculados ao objetivo? Ervas, minerais, líquidos, alimentos inerentemente ligados ao objetivo desejado? Isso certamente pode ajudar…

Mas falta um elemento. Conhecimento. Conhecer a pessoa sobre a qual se deseja ocasionar um efeito é importante para o sucesso da operação.

Operações mágicas juntando vínculos de conhecimento, volts (pedaços de unha, cabelo, etc.) e componentes ligados ao objetivo têm uma grande probabilidade de sucesso. E o melhor: não exigem muita sofisticação, conhecimento e treinamento da parte do operador.

 

Pode parecer simples, mas essa é uma tradição um tanto elaborada, e não basta fazer “qualquer coisa” para se obter resultados. A Arte dos Indomados, de Nicholaj de Mattos Frisvold, tem um capítulo inteiro dedicado a explicar o tema do vínculo, e apresenta dois exemplos magias com bonecos – uma para afastar e outra para trazer malefícios para o alvo.

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