THTRU

THTRU, de Rodolfo Zalla

Alguns objetos são carregados de uma força que vai além da compreensão da ciência moderna. Quando um livro é criado com múltiplos significados através de técnicas conscientes e inconscientes, ele se torna algo mais poderoso do que simples entretenimento ou informação. Esse é o caso de THTRU – um trabalho passível de ser estudado e analisado por diversos prismas.

A edição é extremamente luxuosa (capa dura revestida em couro reciclado; páginas em Mohawk Superfine 176gsm costuradas manualmente, com bordas douradas e impressão especial feita na Alemanha) evidenciando justamente sua relação com a alquimia, ao mesmo tempo em que reflete a inspiração transcendental e quase religiosa da obra.

THTRU foi o último grande trabalho do lendário ilustrador Rodolfo Zalla, “Mestre dos Quadrinhos” (título conferido no prêmio Angelo Agostini e no troféu HQ MIX). Muitos especialistas o consideram como sua Obra Prima, seu “Canto do cisne” nas palavras do editor chinês Stephen Cheng.

Lançado na Alemanha, no final de 2014, THTRU tornou-se mundialmente reconhecida por seu teor espiritual e aterrorizante. A narrativa é violenta e visceral. A arte é ímpar, sua simplicidade aparente é uma ilusão, pois está carregada de símbolos e gestos ocultos que remetem ao tarô, ao hermetismo e ao xamanismo.

O Processo Criativo de THTRU

Aos 82 anos, quando começou a ilustrar THTRU, Zalla já estava em entrando em seu período mais experimental – uma espécie de jazz anárquico, sem esboços, improvisando a cada camada. Ele trabalhou com técnicas únicas que misturam tintas guache com giz pastel, lápis de cor, nanquim e pigmentos criados por ele mesmo, além de fotocópias e recortes. Assim que iniciou o trabalho, descobriu um misterioso frasco de uma tinta amarela que ele julgou adequada para esta obra, em uma espécie de intuição. É o mesmo amarelo do Tarô de Marselha.

Aliás, todo o processo de criação da graphic novel THTRU foi marcado por sincronicidades e mágicka. Tudo começou na Índia, com a poesia de Amit Desai, autor da série de livros America Sutra, criada como um sumário de sua obra Dear God que, segundo ele mesmo, “nasceu de um lugar chamado desespero”.

A poesia virou música e depois se integrou aos roteiros de PRAY, um curta metragem internacionalmente premiado, e de THTRU – ambos escritos a quatro mãos por Cheng Sing Yin e Claudio Ellovitch, separados por 18.041,48 km (distância entre São Paulo e Hong Kong) e unidos pelas tecnologias de telecomunicação em sessões que só podem ser descritas como neoxamanismo.

PRAY e THTRU são obras irmãs e foram desenvolvidas paralelamente, influenciando-se mutuamente. Ellovitch dirigiu o filme e, junto com Cheng, direcionou o trabalho de Zalla, porém sempre respeitando o processo criativo e a experiência do grande mestre. O indiano fez a caligrafia, seguindo a direção do brasileiro e do chinês. E, destes quatro elementos (Desai, Cheng, Ellovitch e Zalla) surgiu a quintessência THTRU. O resultado final surpreendeu a todos. É um livro que se manifestou, segundo o editor

Discutir em detalhes o conteúdo de THTRU aqui pode prejudicar a experiência única da leitura; e cada releitura pode trazer novas mensagens e significados para aqueles que estão preparados.

Siga esta viagem alucinógena por entre sonhos e pesadelos – Descubra a transmutação do desespero em amor, através do medo e da dor.

O preço de capa deste título é de 149 Dólares, mas há um lote limitado por um preço promocional especialíssimo na loja da Penumbra Livros.

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