Defendendo a Amazônia com o folclore brasileiro

De monstros assustadores para personagens fofinhos que nós pintamos na escola, os seres do Folclore brasileiro perderam o assombro sobrenatural que causavam às pessoas. Chegou o momento de reverter isso.

Com a Amazônia queimando numa cicatriz enorme que marcar o Brasil, a América Latina e o mundo como um todo, a comunidade ocultista começa a reagir.

Já passou o momento de citarem Bruxaria Apocalíptica, pegarem suas varinhas e saírem por aí traçando sigilos.

O Apocalipse começou, inexorável e despercebido, bem debaixo de nossos narizes. A terra está envenenada, a massificação da cultura destrói nossa individualidade. Até mesmo nossos sonhos estão ameaçados. Não podemos apenas observar o colapso de tudo que nos é sagrado. A Bruxaria precisa revidar. Bruxaria Apocalíptica é um chamado às armas para todos aqueles que não estão satisfeitos.

Curupira: o protetor das matas

Curupira é aquele ser travesso que tem os pés virados para trás, assim ninguém consegue segui-lo. Ele é responsável por proteger as florestas e causar estripulias.

Logo na chegada ao Brasil, o jesuíta José de Anchieta já havia escrito sobre o Curupira como um demônio indígena. Ele era considerado por muitos como extremamente perigoso, e, obviamente, muito temido.

Ele está associado com o desaparecimento dos caçadores, lenhadores, madeireiros e todos aqueles que fazem mal às florestas. Também tem um lado perverso, pois sua lenda diz que ele sequestrava crianças e apenas sete anos depois as devolviam para seus pais.

Dizem que mesmo nos dias atuais os lenhadores oferecem fumo e pinga para que o Curupira deixem que façam seu trabalho.

Como a energia do Curupira pode agir ao nosso favor

Precisamos nos voltar novamente para a egrégora do Curupira, que é milenar, e fortalecê-la na busca de respostas e soluções. O Curupira é um ser extremamente curioso. É preciso despertar a sua curiosidade e fazer oferendas.

Vamos então fazer um ritual coletivo ao Curupira para que ele fortaleça a mata e destrua a vida daqueles que agem contra. Faça uma pequena cesta de oferenda, inclusive ser num cachimbo. Deixe o conteúdo desta cesta, de preferência biodegradável, embaixo de uma árvore. Faça um banimento rápido, dançando em círculos da árvore ou com seu pensamento.

Faça suas orações, pedindo proteção da mata e dizendo o que está acontecendo. Algo como:

Curupira, Caipora, nossa mata queima

E minha alma chora

Aceite essa oferenda

E ouça meu clamor

Pegue o madeireiro

E pra ele leve terror

Pegue o lenhador

E leve desavença

Pegue o caçador

E leve a descrença

Curupira, Caipora

Aceite minha pequena oferenda

Eu te alimento com fumo e pinga

Para que você não se alimente mais

Das mãos daqueles que querem sua destruição

Curupira, Caipora

Seja o terror do homem

Que destrói as matas

Que perca tudo, saúde, sanidade, dinheiro

Que aprenda a lição

E se volte apenas para a autodestruição

Como o saci-pererê pode ajudar nessa empreitada

Também é possível trabalhar com o saci-pererê para que a mata seja respeitada. Ele é travesso e pode causar o verdadeiro caos (no sentido ruim) na vida das pessoas.

Antes de evocar o saci, lembre-se de ter em mãos sua oferenda e de fazer o banimento antes e depois. Existem diversos tipos de sacis, a depender da região e da cultura, por isso pode-se utilizar o Saci que mais se popularizou.

Faça seu banimento, deixe também sua pequena oferenda debaixo de uma árvore (o saci também gosta de fumo), e faça suas orações:

Saci-pererê

De uma perna só

Que você não tenha dó, não tenha dó

Dos madeireiros, dos lenhadores

E daqueles de paletó

Que matam as florestas

Com as suas ferramentas

Ou canetadas

Saci-pererê

De uma perna só

Que você não tenha dó

Proteja a floresta

Proteja nossos rios

Proteja nossas matas

Que você não tenha dó!