Uma busca pela Morte: o diário mortífero da psiconauta

A Morte foi sempre um assunto que me fascinou. E como é um assunto extremamente complexo, resolvi torná-lo minha busca pessoal dentro da seara mágicka. Existem algumas perguntas básicas que me faço sempre e que permeiam não apenas a minha pequena mente, mas a humanidade inteira. São elas:

  1. A Morte é fim ou transformação?
  2. Sendo a Morte transformação, o que acontece quando ela finalmente chega?
  3. É possível compreender a Morte e seus atributos ainda em vida?

Tendo essas três perguntas básicas, que obviamente resultam em mais e mais perguntas, eu irei começar a minha jornada. Não quero apenas ler a mais diversa literatura sobre o assunto, mas experimentar, através dos meus próprios sentidos, cada uma delas.

Meu objetivo aqui é me tornar uma psiconauta que caminha pelo vale da Morte. Para isso, irei documentar toda a minha experiência neste blog e finalmente revelar para vocês o que encontrar pelo caminho.

As ferramentas da psiconauta

Separei algumas ferramentas que irão me ajudar neste novo ordálio. São elas:

  1. O conhecimento.
    A leitura obviamente é muito importante, então terei sempre em mente os Livros dos Mortos que encontrar, além de Palo Mayombe. Além disso, há alguns artigos aqui mesmo no blog da Penumbra que considero interessantes.
    São eles:
    Morte: O Grande Momento da Vida?
    Múmias: Os Sigilos da Morte
    Os mistérios da Morte em Palo Mayombe
    A Morte como princípio ativo da vida
    Cada um tem o Inferno que Merece: Niflheim, Amenti e Gehena
  2. Rituais oníricos.
    Para os gregos, o Deus Tânatos (Morte) é irmão gêmeo do Hipnos (sono). Isto significa que experimentamos algo como a morte sempre que dormimos. E este será meu objetivo.
  3. Rituais sexuais.
    O orgasmo é conhecido como pequena morte e usado como ferramenta por muitos psiconautas.
  4. Certos psicoativos.
    Não seria psiconauta se não fizesse uso de certos psicoativos, tais como o DMT, que para muitos cura o medo da morte, ou então apresenta a Morte como ela é. Neste caso, não se trata apenas de ingerir de maneira descontrolada, mas sim ritualizada, com objetivos em mente.
  5. Meu diário mágicko.
    Cada experiência em relação a este ordálio será repassada obviamente para o meu diário mágiko.

Os procedimentos

Em primeiro lugar, preciso organizar um ritual inicial que indique de fato a minha autoiniciação neste processo, que poderá durar meses ou até mesmo a minha vida toda (creio que a segunda opção é a mais correta).

Eu estava esperando para o momento perfeito, em que minha vida estivesse fácil o suficiente para que eu pudesse me dedicar, porém não existe algo como vida fácil.

Após organizar meu próprio ritual inicial, preciso experimentar, de fato, qual a quantidade de vezes que conseguirei organizar minha vida pessoal com a minha vida mágicka.

Da segurança mágicka

Espero não ser morta durante o procedimento, ou ficar presa no além-vida para sempre. Então preciso ter em mente algumas seguranças básicas.

  1. Estabelecimento da âncora mágicka. Muito importante para qualquer ritual envolvendo seres de Morte. A âncora é o que nos segura no mundo dos vivos. Neste caso: banho de banheira com sal grosso e algum sigilo na minha pele.
  2. Banimentos no início e no final e sempre que julgar necessário.
  3. Aterramento mágicko. Este conceito é diferente da âncora. Pois a âncora te puxa, no caso do aterramento, ele te acorda para a realidade.

Objetivos

  • Evocação de Deuses ctônicos, tais como Morpheus, Hipnos, Perséfone. E também a Santa Muerte.
  • Comunicação efetiva com o mundo dos mortos.
  • Descoberta a respeito do mundo dos mortos (ou seriam diversos mundos dos mortos?)
  • Respostas aproximadas das perguntas principais

Bom, por enquanto é só. Fique de olho nesta viagem e até o próximo artigo.