Ficção científica e magia segundo Isaac Asimov

Isaac Asimov nasceu na Rússia, foi um bioquímico e escritor de ficção científica que faleceu em 1992, nos Estados Unidos, onde passou a maior parte da sua vida. Ele ficou conhecido principalmente por obras como Fundação e Eu, Robô. Esta última teve uma adaptação para o cinema em 2004, em que o Detetive Del Spooner foi interpretado pelo ator Will Smith e a Dra. Susan Calvin por Bridget Moynahan.

Asimov desejava, de certa forma, popularizar a ciência e divulgar as mais recentes descobertas do meio científico. É muito comum que ele seja citado especialmente nos meios racionalistas, entre aqueles obcecados pela lógica e pelo empirismo. Mas a verdade é que Asimov ultrapassou as fronteiras do discurso científico.

Suas visões em relação sobre o futuro não são apenas cartáticas, mas de fato surpreendentes. No livro Fundação, Asimov discute como a ciência se confunde com misticismo. Para que a população aceitasse de fato os benefícios do método científico, cientistas precisaram se disfarçar de sacerdotes.

Desta forma, apenas trocando nomes, seria possível controlar melhor a população. Sintéticos radioativos, por exemplo, tornam-se Alimentos Sagrados. “É extraordinário como a religião da ciência criou raízes”, ele escreve, fazendo entender que a lógica simbólica poderia ser usada de uma forma muito sutil e velada. Mesmo com populações cientificamente avançadas, a população precisava de seus simbolismos, de suas festividades.

Expressões como “Por Deus!” foram substituídas “Pelo Espaço!”, a adoração à figuras religiosas agora dava espaço para a adoração aos cientistas/sacerdotes. De certa forma, ao mesmo tempo que Asimov procurou divulgar a ciência em sua obra, ele também buscou criticar esta crescente adoração ao método científico e elucidar a importância do simbolismo e da arte.

Ele chegou a escrever até mesmo sobre o pós-morte como:

Na vida, ao contrário do xadrez, o jogo continua depois do xeque-mate
– In life, unlike chess, the game continues after checkmate.
– Fantastic voyage II: destination brain: Volume 2 – página 275, Isaac Asimov – Grafton, 1988

Ceticismo ocultista

É comum vermos dentro do ocultismo pessoas que, na verdade, são extremamente céticas com tudo aquilo considerado sobrenatural. Elas apenas usam rituais e ferramentas mágicas para canalizarem suas questões mais profundas, emergindo no consciente a energia que por questões diárias menosprezaram.

A possibilidade de criarmos robôs e neles aspirarmos vida (ou anima) faz de nós deuses? O poder que temos de alterar a realidade, como nunca antes, faz de nós sacerdotes? Será a ciência apenas uma nova face da Magia tal qual a conhecemos? É posssível comungar os dois elementos?

Asimov interpretava a ciência e a arte como partes que se completavam. Se considerarmos Magia como Arte, é plenamente possível que as duas de fato caminhem de mãos dadas. Desta forma, não precisamos temer ou ignorar o eminente futuro que nos espera, já previsto pelo profeta Asimov: o futuro da inteligência artificial e das novas religiões.

O próprio Peter Carroll deixa evidente que não somente é possível reunirmos os dois universos (ou será um só?), como desejável. Sendo Carroll ele mesmo um cientista e magista que escreveu sobre o assunto em diversos textos. Podemos dizer que o aspirante da Magia do Caos não deve louvar ou ignorar a ciência.

Portanto, perdoem os amigos Geeks e fascinados pelo próprio método científico, ele não é a única possibilidade de compreensão da realidade tal como a conhecemos. Para aqueles que querem começar no universo da Magia do Caos, recomendamos o livro Liber Null & Psiconauta, do próprio Peter Carroll.

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