O Zohar - O Livro do Explendor

O Zohar – O Livro do Esplendor

O Zohar faz parte do seleto grupo de livros considerados canônicos para os cabalistas judeus. Ao seu lado estão, por exemplo, o Talmude e a Torá. O texto é considerado tão relevante e sagrado que diversos estudiosos buscam sentidos ocultos até mesmo na forma como as palavras e letras estão organizadas. Os métodos vão da simples gematria (atribuição de valores numéricos às letras) até métodos computacionais avançados. Esses métodos se tornaram famosos entre os leigos com o lançamento relativamente recente de O Código da Bíblia. Você se lembra das previsões que foram “tiradas da bíblia” no final dos anos 90? A eleição de Bill Clinton, a morte de Yitzhak Rabin, etc.? Pois é, vieram desse método.

Talvez ficar procurando sentidos ocultos por meio de fórmulas matemáticas seja um exagero, mas é inegável que o Zohar seja uma obra monumental e merecedora de estudos profundos. Zohar (זהר em hebraico) significa, literalmente, esplendor. E esse livro do esplendor (Sêfer ha-Zohar) é, de fato, uma obra esplendorosa.

De Onde Veio o Zohar

O Zohar não tenta contar uma história inédita. Ao invés disso, é um conjunto de comentários e interpretações inspiradas a respeito da Torá. Outros textos sagrados também são comentados, entre eles o Cântico dos Cânticos, o Livro de Ruth e as Lamentações. Estes comentários abrangem os mais diversos temas. Mas sua maior relevância está no fato de que é a obra fundamental para o estudo da Cabala.

Há duas hipóteses sobre a verdadeira data de escrita do Zohar. Uma corrente diz que foi escrito pelo Rabi Shimon bar Yochai. Ele teria vivido no século II, e o livro teria sido editado e publicado abertamente apenas no século XIII, na Espanha. Outra corrente, mais moderna, diz que o livro foi, de fato, escrito no século XIII. Sua origem mais antiga teria sido inventada pelo verdadeiro autor, como forma de conferir maior legitimidade ao texto.

Independentemente do ano em que foi escrito, o Zohar continua sendo uma das partes mais relevantes do corpo de ensinamentos do misticismo judaico.

O Conteúdo do Zohar

Boa parte do texto do Zohar é profundamente teosófico. Trata das relações entre as Sephiroth e dos mistérios a elas associadas. Mas como todo bom tomo ancestral de conhecimento restrito, a linguagem do texto original é bastante cifrada. Afinal de contas, não era de interesse dos sábios judeus revelar milênios de conhecimentos secretos a qualquer um que pusesse suas mãos no livro. Porém, são as parábolas e floreios, originalmente usados para dissimular o real sentido das palavras contidas na obra, as maiores responsáveis pela beleza e pela poesia do texto.

Além disso, o Zohar não é só um livro. É um conjunto de livros complementares, em diversos volumes, escritos pelo mesmo autor (ou não!).

Mas isso deve ser impossível de ler!

Sim. E não.

Se você não for familiarizado com a tradição hebraica, e tentar ler uma tradução integral e literal do texto original, certamente não vai conseguir entender muita coisa. Mas aí entra a parte boa.

A tradução que chegou ao Brasil, da Editora Polar, tem uma série de fatores que facilitam a compreensão para o leigo (e a enriquecem para o leitor mais experiente). Primeiramente, o texto original é complementado por uma série de estudos e informações pertinentes que antecedem o texto. Há também um extenso glossário para auxiliar na compreensão dos termos mais complexos. Além disso, a linguagem foi adaptada, fazendo a tradução ser mais fluida e coloquial do que o texto original. E, não menos importante: os editores tiveram o bom senso de não traduzir a obra completa.

Mas como assim? Então é uma versão capenga? Não, claro que não. O fato é que o texto na íntegra não é interessante a ninguém que não seja um estudioso dedicado e fervoroso do misticismo judaico. A edição brasileira do Zohar, ao invés de manter a verborragia desnecessária do texto integral, traz uma seleção dos trechos mais relevantes da obra, permitindo ao curioso uma compreensão geral do tema, e provendo ao estudioso uma referência útil das passagens mais relevantes.

Ler a edição brasileira do Zohar é uma das únicas formas que um pobre mortal tem de compreender razoavelmente essa obra tão enigmática e cheia de sentidos ocultos. A beleza e a fluidez do texto, a cuidadosa seleção das passagens, e os estudos complementares fazem dessa edição uma leitura obrigatória para qualquer um realmente interessado em Cabala e nas tradições judaicas.

Você pode encontrar a edição brasileira do Zohar na loja da Penumbra Livros.

O Zohar - O Livro do Explendor

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